Tipografia
Um projeto tão pessoal e intimista merece escolhas tipográficas condizentes. Pensando nessa característica da obra em questão, a tipografia deveria ser legível, mas, ao mesmo tempo, deveria ressaltar o projeto gráfico, a ilustração e, sobretudo, o texto. Sobre essa responsabilidade que o designer deve ter na escolha tipográfica, o famoso tipógrafo e poeta Robert Bringhurst diz que palavras bem escolhidas merecem ser honradas e compostas com cuidado, carinho e habilidade. Segundo ele:
“Letras que honram e elucidam o que os homens vêem e dizem também merecem ser honradas. Palavras bem escolhidas merecem letras bem escolhidas; estas, por sua vez, merecem ser compostas com carinho, inteligência, conhecimento e habilidade. A tipografia é um elo, e como tal deve ser tão forte quanto o resto da corrente, por uma questão de honra, cortesia ou puro deleite” (BRINGHURST, 2018 p.24).
As famílias tipográficas utilizadas foram a Cosmic Rays nas aberturas de capítulos, a Amatic, nos subtítulos, e a Minion Pro, nos textos e nas legendas a fonte Open Sans.
Buscamos uma fonte que desse ao leitor a impressão de que as letras tivessem sido pintadas, de modo a valorizar o caráter artesanal do livro e da história contada, como se tivesse sido feito à mão, mas sem perder o profissionalismo. Por isso, a tipografia precisava ser próxima de um lettering, mas que tivesse boa legibilidade e fosse de certa forma uma tipografia mais contemporânea. A fonte precisaria também ter numerais, ligaduras e os caracteres mais utilizados em português. Após um pouco de pesquisa, a fonte Cosmic Rays, da BLKBK type, uma oficina tipográfica canadense especialista em fontes desenhadas à mão, foi escolhida por reunir todos esses requisitos. No detalhe é possível ver alguns dos caracteres da fonte.